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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Narração- Larissa Beulke

Depois de colocar todo mundo no carro, depois de acordar a Bia e depois de voltar com os amigos dela, bom... Olha o que aconteceu:
-Phe! tira a gente daqui!
Estava todo mundo nos carros, a Bia estava lá atrás com um menino estranho que não falou nada até agora. Sei lá, os amigos estranhos são dela mas aquele menino era esquisito demais.
-Phe?
Eles estavam pegando as armas, eu me virei e olhei pela janelinha do carro enquanto as meninas gritavam e o Phe olhava para a estrada e acelerava, os amigos da Bia se abaichavam e cobriam as cabeças. Eu olhava e infelizmente ví o que não queria. A Bia gritava e olhava par aos lados e de repente ela veio para frente e olhou para o céu. Uma mancha vermelha começou a se formar na blusa dela e aí, ela caiu. Simplesmente assim, como se não fosse nada.
Eu gritei. Foi imperceptível em meio a tanto caos. O vento que entrava na Hilux bagunçava o meu cabelo e eu não tirava a cena da minha cabeça. A Bia revirava os olhos e caía, exatamente como nos filmes. Só que mais assustador. Ela tinha levado um tiro. Isso não era nada legal.
-Cadê a Bia?
Iara a Pamella a Tatz e a amiga da Bia estavam olhando umas para as outras quando não a viram pela janela. Daí o menino com capuz falou pela primeira vez.
-Tamos que parar agora!
Daí o Phe respondeu com toda a calma do mundo, claro, ele não tinha visto alguém levar um tiro.
-Vou ter que entrar no meio da mata.
-Tanto faz, ela ta sangrando!
Daí as meninas começaram a gritar de novo. Talvez eu estivesse em choque, não tive reação nenhuma, a não ser gritar mas isso é normal.
Demorou alguns minutos para entrarmos na floresta. O tempo agora era crucial. Assim que paramos eu desci e fui vê-la. Nem me importei com a presença do menino estranho. Ela precisava ser salva.
-Faz quanto tempo que ela caiu?
-Cinco talvez sete minutos.
-Bom, a bala provavelmente está aí dentro então eu vou ter que tirar.
-Você sabe como fazer isso?
-Sim. Infelizmente sim.
Por sorte,eu inventei de trazer umas ferramentas médicas que estavam na minha bancada pra fazer um trabalho. Os professorem inventam de tudo. Então, na pressa, eu coloquei tudo da bancada na mochila.
-Cadê o diabo da minha mochila...
Eu estava resmungando enquanto tentava não encostar na Bia, nem no menino e ignorar os olhares curiosos de todos atrás de mim enquanto procurava a minha mochila preta. Infelizmente havia outras três mochilas pretas. Algum tempo depois eu achei, um tempo não muito longo eu espero.
-Cai fora.
Eu apontei pro menino estranho que estava ao lado da Bia.
-Porquê?
-Sai logo!
E daí ele se levantou e pulou depois foi andando em direção á uma árvore.
-Vocês também!
O resto também saiu, eles estavam preocupados. E eu me ví na mesma situação que estava meses atrás.
-Vai ter que dar certo.
Eu sussurrei para mim mesma enquanto tinha que tirar a blusa manchada da Bia para começar a improvisada cirurgia.
-Eu não vou deixar você morrer Bia.
Eu sussurrei as palavras para mim,  enquanto as imagens do meu erro médico passavam pela minha mente.
Foi difícil, não só porque o sangue ainda estava escorrendo e eu não tinha tempo pra pensar. Iria doer, sorte que ela estava desacordada. Eu peguei o bisturi e  fiz a incisão, ainda não estava inflamado. Por sorte eu retirei a bala bem rápido, pude fechar o ferimento e rezar para que ela acordasse. Foi a mesma experiência.
Mas dessa vez eu estava feliz por ter conseguido. Logo ela iria acordar.
-Phe!
Ele veio correndo.
-O que aconteceu?
-Eu consegui! Ela vai ficar bem.
Eu estava sorrindo, não só porque finalmente superei o meu erro como pude ajudar alguém sem ter terminado a faculdade.
-Gente!
Eles aos poucos se levantavam a vinham correndo para perto do carro.
-Ela está bem?
-Quando ela vai acordar?
- O que vai acontecer?
-Me diz que ela vai ficar bem...
-Calma gente...
Eles estavam com olhares preocupados no rosto, felizmente eu tinha boas notícias para dar.
-Ela vai ficar bem, vai demorar um pouco até que ela acorde mas ela vai ficar bem!
E eles abriram sorrisos e começaram a falar todos ao mesmo tempo.
-Bom, agora acho que a gente tinha que sair daqui, não é uma boa ideia ficar no meio da mata.
Então entramos no carro, aquele menino estranho voltou com a Bia, como o carro estava cheio ela teve que voltar lá atrás mesmo. A estrada agora estava um pouco mais feliz, talvez a Bia tivesse razão. Talvez estamos mesmo indo em direção ao paraíso.

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