-O que foi?Ele olhava para mim enquanto eu percebia algumas coisas sobre ele.
-Nada, eu só... Como você sabe que estamos indo para a Praia das Conchas?
-É que...
Ele iria falar alguma coisa mas Anne veio correndo em nossa direção.
-Milly! Wood! Venham aqui, agora!
Eles saíram correndo, e eu como sou extremamente curiosa, fui atrás.
-Ele estava aqui e derrepente as luzes apagaram e eu ouvi vozes e barulhos e daí quando as luzes ascenderam ele havia sumido e tinha um cara alto que trancou a porta e... E ele falou para eu ficar quieta ou ele ia me matar como ia fazer com o Gabe!
Ela estava chorando, realmente. Quando você está de boa e do nada levam o seu amigo, ou sei lá o que ele seja dela, embora seria além de estranho, perturbador.
A porta estava sem a maçaneta, ela deve ter arrombado para poder sair. Mas ela disse que tinha um menino na porta, tinha a porta, ela e nós. Onde estava o menino. Eu saí da sala, depois de alguns passos eu estava em um corredor mal iluminado, alguns passos adiante havia uma curva fechada para a direita. Eu só saberia o que tinha depois da curva, passando por ela. Parecia um estúpido filme de terror, eu estava sozinha, Assim que eu percebi isso, de novo. Dei meia volta, mas algo agarrou meu braço, eu pensei em gritar, mas lembrei que tinha uma arma carregada na minha cintura. Estava escuro mas a pessoa percebeu que tinha algo apontado pra cabeça dela.
-Calma! Você não atiraria em alguém desarmado, atiraria?
Essa voz, não poderia ser. Ele deveria estar morto, ou bem longe de mim. Endireitei os ombros e falei com a voz mais firme que pude encontrar.
-Eu atiraria sim.
Ele ficou em silêncio por alguns minutos e depois soltou meu braço par me abraçar.
-Bia!
Ele disse meu nome como um suspiro.
-Me solta eu... Não sou a Bia.
Ele se afastou e apontou uma lanterna para a minha cara.
-Deixa de brincadeira, é você sim!
El me abraçou de novo, me deixando sem ar.
-Me solta! Agora!
-O que foi? Eu tenho você aqui na minha frente, depois de tanto tempo!
-Eu que o diga Vinicius, você ficou longe! Você escolheu ir embora, não me venha com essa!
Eu puxei meu braço mas ele me seugurou com mais força, a arma ainda estava apontada para ele.
-Me larga!
Eu encostei a arma na testa dele.
-Você não seria capaz de me matar, não depois de tudo o que tivemos.
-Eu sei que por sua culpa, tive uma ficha bem extensa na policia.
Eu puxei meu braço outra vez, mais forte agora. Saí andando nos primeiros 15 passos, e depois corri de encontro ao pessoal.
-Gente, vamos embora daqui.
Anne, Milly e Wood me seguiram quando eu passei em disparada por eles.
-Mas, porque? O que houve nos corredores?
-Nada.
Resposta rápida demais.
-Jamille? Vem comigo, sim?
Eu praticamente a arrastei por todo o caminho até o carro, sentei no capô e esperei até ela falar comigo.
-Tá, isso foi muito estranho. O que aconteceu lá atrás?
-Ele está aqui.
-Ele quem Bia?
-O Viniucius, ele me puxou pelo braço. Ele estava a qiunze centímetros de mim.
-O que você fez?
-Apontei a arma na cabeça dele.
-Eu teria atirado de primeira.
Ela deu de ombros.
-Essa não é a questão, Jamille. Eu quero saber o porquê dessa criatura aparecer quando está tudo certo...
-O que o Lucas estava falando com você hein?
-Ele é um outro assunto que devemos tratar depois, agora precisamos ir embora. O quão antes.
-Vamos chamar eles então.
Andamos de volta para o mercado, tanto o nosso "grupo" quanto os novos amigos estavam reunidos, inclusive Gabe.
-Bih! O que foi aquilo?
Iara, Tatz e Lala estavam juntas.
-Nada, a gente precisa ir embora daqui.
-Mas, porquê?
-Eu não posso falar em voz alta, não na frente de todo mundo aqui.
-Se vocês vão... Gostaríamos de ir com vocês onde quer que vão.
Milly, Wood, Gabe e Anne estavam meio que amontoados vindo na minha direção.
-Seria muito legal se vocês viessem, mas eu acho que não temos espaço no nosso carro.
-Isso não é problema, tem uma loja ali atrás, acho que não seria grande coisa se um carro sumisse.
Milly tinha um canivete em mãos. Como e não notei isso antes e como diabos um canivete se encaichava no que ela acabou de dizer?
-Tudo bem então, mas não será uma viagem muito fácil, estamos indo pro Leste em direção á Bertioga.
-Conhecemos a região, não vai ser problema.
Enquanto saíamos Vinicius veio correndo em nossa direção com mais dois meninos.
-Bia! Espera!
Todo mundo olhou para ele, a Iara e a Tatz se olharam como se entendessem o motivo da saída repentina. Lala e o Phe estavam apenas olhando. Colírio estava meio que segurando o braço da Jamille, antes que ela batesse nele como havia me prometido meses atrás. Lucas estava carregando a Hilux, nem sabia do que tudo isso se tratava. Milly e Wood estavam conversando e não puderam segurar Anne que correu em direção á um dos meninos.
-Seu imbecil! Olha o que você fez com ele! Não viu que ele estava machucado? Babaca.
E aí, ela deu um belo tapa na cara do menino. Ele se irritou, bastante. mas a mão do Vinicius o impediu de avançar na menina em sua frente.
-Bia, fala comigo. por favor!
Eu me virei, e caminhei em sua direção.
-Eu e você, não temos nada pra falar. Tudo ficou bem claro quando você e seus amigos estúpidos deixaram que eu fosse presa, e depois tudo ficou mais claro ainda quando você não veio falar comigo. Até agora Vinicius, faz 8 meses desde que tudo aquilo aconteceu. Então boa sorte eu sinceramente espero que você sobreviva nessa loucura.
Me virei e passei pelo grupo que falava coisas como: "Então é esse o garoto?" "Quem são aqueles dois?" "Eu não acredito que ele veio atrás da Bih." "Eu deveria mandar ele pro inferno." "Esse é o menino que vocês estavam falando na praia?" "Sorte a dele que eu estou longe."
E enfim eu entrei no carro, o ombro que até agora estava na dele, resolveu começar a doer. talvez seja porque eu tenha feito um golpe super irado em um dos nossos novos amigos, ou porquê, tomada pela raiva, eu puxei mau braço com muita força.
Um por um, as pessoas entravam no carro. Eu iria na caçamba outra vez, não me incomodava mais. Eu veria a paisagem bonita da estrada que tomaríamos para o nosso paraíso secreto. Antes de subir, lancei um último olhar para o menino que deixei para trás pela última vez. Depois de alguns segundos, Lucas sentou do meu lado e segurou minha mão. E pela primeira vez em muito tempo, eu não me importava com esse fato.
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