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domingo, 25 de dezembro de 2011

A terra prometida - e agora?

O posto estava vazio, eu acho. Não tivemos problemas em abastecer e "colecionar" gasolina. O termo veio da Pammy que admirou o nosso estoque com oito garrafas de 2 litros cada uma.
- Tem problema eu entrar naquela loja?
Tatz estava me ajudando  a guardar algumas garrafas quando a Lala perguntou. A loja é um simples cômodo de oito por oito que vende peças avulsas de biquinis.
- Eu não sei não, acho melhor não bobiar.
Ela se decepcionou.
- Sabe, na correria de fugir daquele inferno eu não pude pegar nada de útil.
Ela estava implorando para entrar.
- Tudo bem, você tem cinco minutos. Não vai provar nada e vai pegar o que der. Cinco minutos e a gente te tira de lá, ok?
- Ok!
Ela entrou quase correndo enquanto eu estava recostada no porsche amarelo, esperando aflita por sua volta.
- Não deveria ter deixado ela ir. Não estou com um bom pressentimento sobre isso.
- Relaxa Bih, ela vai ficar bem. É só uma lojinha de roupas de banho, o que há de mal nisso?
Iara estava se deliciando com uma mini barra de chocolate, que havia trazido de casa.
- Que mal há? Você não sabe o que pode ter la dentro, e você viu as manchas de sangue nas cancelas, aqueles militares podem não ter limpado toda a área, seria imprudente você sair por aí saltitando toda feliz enquanto criaturas sedentas por sangue estão caçando você.
O Phe estava quieto enquanto sua irmã menor enchia nossas cabeças com a verdade.
- Eu acho que vou atrás dela. Quanto tempo falta?
Eu olhei no visor do carro, ela tinha menos de um minuto.
-Phe, corre!
Ele saiu em disparada até a entrada de vidro da loja, ele colocou as mãos em concha e olhou pra a escuridão do pequeno recinto. Ele entrou rapidamente e demorou um pouco até ouvirmos um estrondo. BAM! Foi mais ou menos assim. Algo duro se chocando com algo mais duro, se eles não estivessem numa loja de roupas, eu diria que foi o barulho de pedras caindo no chão.
Mas o barulho não veio de lá, e sim da estrada.
-Ora, ora, ora. O que temos aqui?
Um cara de mais ou menos trinta anos estava dirigindo uma Land Hover e a detonou no guard-hail da estrada, tentando ( eu acho) parar o carro. Estava embriagado com certeza, havia manchas escuras em sua roupa. Provavelmente de bebida. As meninas se afastaram, chegaram a ficar coladas em mim.
-Parece que estou com sorte.
Ele se aproximava de nós, um passo manco de cada vez. Em sua perna esquerda havia um torniquete improvisado com um pano escuro. Ele estava acabando de fumar um cigarro enquanto se aproximava da gente. Ele jogou o cigarro no chão e o amassou com o pé direito.
-O que você quer com a gente?
Dava pra ver o pânico na voz da Tatz.
-Eu? Ora minha cara, eu não quero nada.
Elas estavam tensas, ele deu mais um passo em nossa direção. Onde diabos o Phe estava agora? Porque os dois não chegavam logo? Porque? Eu estava começando a ficar realmente nervosa, o fim do mundo começou á apenas algumas horas e já havia maníacos a solta. Que ótimo, isso sim é bem legal de acontecer.
-O que três belas garotas como vocês fazem aqui, sozinhas com dois carros muito caros, numa estrada abandonada?
Ele deu uma risada estrondosa, estranha e sinistra.
-Não é da sua conta.
Pammy estava nervosa demais para pensar suas palavras. mas o homem se irritou e virou um tapa nela. Eu avancei pra cima dele, estava com a mão fechada, pronta para agir.Ele riu.
-Parece que temos uma durona aqui, o que foi pirralha? Ficou bravinha porque eu bati na sua amiga ali?
Nem pensei duas vezes, minha mão acertou o nariz dele. Agora, todos os programas que eu ví sobre combate corporal estavm rodando na minha cabeça. Para afastar um oponente abra a mão e acerto no nariz empurrando-o para cima. Depois disso minha mão estava ensanguentada.
-Ora sua pirralha.
Ele partiu pra cima de mim. Se o agressor está vindo até você corra e pare bruscamente com o braço esticado na altura do estômago. Ele perdeu o fôlego. Cotuvelada nas costas, imobilize o braço atrás das costas e ( isso é o que eu faço com o meu irmão ás vezes) Torça-o até ouvir um estalo.
O braço dele era mais pesado do que o do meu irmão, mas o estalo foi ouvido. Agora, sem fôlego, com o nariz sangrando e imobilizado por uma garota de 14 anos, o homem não passava de um babaca.
- Eu... Não sou... Uma pirralha.
Eu dizia as palavras conforme torcia o braço dele, fazendo-o grunir.
- E acho bom, você não voltar a me perturbar, nem a mim, nem as minhas amigas.
Tá, eu admito que foi muito improvável eu ganhar numa luta com ele, mas depois de horas vendo programas de sobrevivência e ficar brigando com o meu irmão, eu devo ter aprendido alguma coisa.
Eu ainda o segurava, com certeza ele viria para o contra-ataque se estivesse livre. Eu desviei o olhar do homem para ver e a Pammy. O bastante para ele se livrar de mim e me agarrar pelo pescoço.
-Você... Não parece tão durona agora... Pirralha.
Ele estava ofegante( ainda) e com o rosto todo sujo. Me levantou facilmente do chão, eu começava a perder o ar. Porque as meninas não fazem nada nessa hora? Eu olhei para os lados, minha visão começava a embaçar, com certeza um mal sinal.  A Pammy estava sentada e a Tatz estava cuidando dela.. Onde estava a Iara? Olhei mais para o lado, já estava usando a visão periférica. A mangueira de gasolina não estava no lugar. Do outro lado a Iara balançava a mangueira de gasolina, com a ponta de ferro quase nos alcançando. O homem estava ocupado demais para notar a Iara e a "arma" dela, ele se concentrava em apertar mais o meu pescoço.
-Solta a garota.
FInalmente! O Phe tinha voltado e tinha alguma coisa em mãos, Lala estava atrás dele com uma sacola e outra coisa na mão direita. Ótimo, eu estava quase desmaiando. Só pude ouvir do homem atrás de mim um surpreso " Eu não acredito!". Foi tudo o que eu pude escutar antes de apagar por completo.

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