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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Compras no Paraíso Sangrento.

O mercado estava deserto, na hora que chegamos eu já percebi que não era uma boa idéia.
-Isso aqui tá muito quieto...
Eu estava mais uma vez em meio as mochilas na caçamba da Hilux. Advinha quem estava me acompanhando? O Lucas, claro.
-Olhá lá.
Ele apontou para a porta de vidro, ou  o que um dia foi uma porta de vidro. Os estilhaços estavam em todo lugar. Havia manchas de sangue no chão e nas paredes mais próximas á entrada.
-Talvez a gente deva ir para outro lugar.
Eu estava olhando ao redor e tentando ver se tinha algum morto-vivo por perto.
-Não dá, o outro mercado fica do outro lado, tirando que o único posto que eu conheço fica á uns 2 Km. daqui, não vamos ter tempo de fazer tudo isso. Eu acho melhor arriscar.
Eu bati na janelinha, coloquei em votação "Ficar e arriscar, ou Ir para outro lugar". Bem, depois da minha linda perfórmace na luta anterior, eu achava que seria melhor ir embora. Mas o pessoal decidiu ficar. Saímos silênciosamente do carro e pegamos alguns carrinhos. Nos dividimos em grupos de duas e três pessoas. A Lala, o Phe e o Lucas estavam encarregados de pegar água e ferramentas de jardinagem, o que em meio ao caos é uma ótima arma. A Iara e a Pammy foram atrás de produtos não-perecíveis. O Colírio e a Jamille foram atrás de coisas que poderiam ser úteis como roupas, panelas, travesseiros... Eu e a Tatz fomos atrás de gostosuras, ou seja, chocolate, bombons, balas de gelatina, coisas desse tipo.
-Porquê você saiu correndo quando voltou da "luta"?
Eu coloquei uma caixa de bombom no carrinho.
- Eu não fiz absolutamente nada lá, fiquei parada de punhos erguidos como uma idiota.
-Você foi inútil? Você? E o que a gente foi? Pelo que eu saiba, eu fiquei parada olhando as ondas, nada que mereça uma medalha. Você encorajou eles á irem, você que criou esse plano maluco pra nos tirar de lá. Você, não que seja fácil de lembrar, mas você levou um TIRO! Um tiro Bia!
-Nathalia...
-Que seja! Mas você é a pessoa mais útil que eu conheço. E acho que essa história de trocar o nome é ridícula. E você sabe que só você acha esse nome bonito.
Eu mostrei a lingua para ela. O carrinho estava cheio de coisas que ainda tinham três meses de validade. Coisas gostosas com três meses de validade. Quando íamos virar para o próximo corredor, nos deparamos com uma cena grotesca. Um zumbi, aparentemente uma mulher, estava se alimentando de uma criancinha, que com sorte já estava morta. Era nojento. Como comer pudim de leite com a cara, eu não digo que parecia um cachorro porque a coisa estava usando as mãos para comer o que tinha dentro da criança, mas ainda assim era nojento. Igual as cenas de filme de terror só que com menos sangue. Eles exageram muito. Eu tentei virar o carrinho mas ele estava imperrado. A coisa ainda estava muito ocupada para noa notar. Eu coloquei toda a minha força pra puxar aquele maldito carrinho, estava começando a ficar apavorada. Eu consegui, o problema foi que o carrinho me empurrou contra a prateleira e ela caiu. O zumbi olhou diretamente para mim.
-Corre Tatz!
Corremos passando direto por vários corredores, eu vía vários zumbis. Entrar aqui foi um erro e eu sabia disso. O último corredor estava vazio.
-Cadê eles?
Eu estava andando devagar agora.
-Eles quem?
-Todo mundo, derrepente ninguém está aqui. Uma hora o lugar está cheio de zumbis e outra não encontramos ninguém.
Eu olhei pra ela, estávamos pensando na mesma coisa. Mais alguns passos para frente e eu ouvi um barulho perto de nós. Bem perto de nós. Eu me virei e a primeira coisa que minhas mãos alcançaram eu ataquei contra o zumbi. A gente estava no corredor de coisas para gardinagem, onde Lala, Phe  e Lucas deveriam estar.
A pazinha que eu joguei não teve muito efeito, o zumbi continuava avançando. Meu cérebro não funcionava direito, eu vía coisas embaçadas. Eu tinha certeza de duas coisas: Eu precisava fazer algo imediatamente e que a Talita não estava fazendo nada.
Eu tateei algumas coisas e encontrei uma pá, não do tipo pequena, mas daquelas que são realmente úteis. Era pesada, mas agora eu já sabia o que fazer.
-Corre Talita, sai do mercado, grita por eles, vai pro carro e me espera lá.
Ela correu. Ótimo, nem pensou duas vezes.
Eulevantei a pá e acertei bem no topo da cabeça do zumbi. Ele caiu, mas não foi forte o bastante. Continuei fazendo a mesma coisa até que ele não se mexeu mais. Legal, minha primeira morte de zumbi. Eu corri com o carrinho procurando por meus amigos, quase atropelei a Talita.
-Não disse pra sair daqui?
-Não achei a saída.
-Anda, vamos achar eles.
Gritar não era algo bom de se fazer mas era a única coisa que podíamos fazer. Continuamos correndo por cinco longos corredores até que os vimos. Encurralados bem na nossa frente. Eu tomei um pouco de impulso e já estava correndo em direção aos zumbis. Nem percebi quando o carrinho acertou eles, nãoos matou mas os deixou bem presos. Iara,Pammy,Jamille,Colírio,Phe e Lucas. Estavam todos ali. O carrinho com as guloseimas teve que ficar para trás, mas o resto conseguímos levar. Tínhamos tudo o que precisávamos para seguir viagem. Assim que descarregamos as coisas dos carrinhos, eu olhei para Talita. Ela sorria para mim.
-Viu? Eu disse que você não era inútil.

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