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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Chegando ao Destino por Caminhos Obscuros.

Eu estava observando o nascer-do-sol, em silêncio como se estivesse o cumprimentando silenciosamente. Depois de alguns minutos eu percebi como estava cansada, não havia dormido direito desde que levei o tiro. Meus olhos estavam pesados e a linda vista estava desaparecendo á medida que eu abraçava meus joelhos e descansava só por alguns minutos.
O sol agora estava mais forte, meu ombro reclamava devido ao esforço, eu apoiei as mãos na areia fofa era uma sensação boa. Minha vista se ajustou á luz do dia, quanto tempo eu havia dormido?
-Olá de novo.
Lucas me deu um susto aparecendo por trás de mim, ele sorriu e estendeu a mão para mim.
-Ah, oi.
Ele conseguiu me levantar apesar de eu estar mais parecendo com um peso morto do que com uma menina de quinze anos.
-Vem, eles estão esperando por você.
-Espera, espera. Você tá sem o capuz, eles vão achar estranho.
Eu ri, foi estranho.
-Não tem graça.
Andamos até o outro lado da Hilux, as portas estavam abertas, Lala, Phe, Iara, Talita, Pammy, Jamille e Colírio estavam cada um com uma caneca nas mãos, alguns estavam comendo algo que pegamos nas lojas antes. Alguns porquê a Talita quase nunca come nada, e  com o quase nunca eu quero dizer quase nunca mesmo. Eu dei a volta pela traseira do carro, me pareceu a cena de um acampamento, algo que eu não havia feito antes dessa loucura começar.
-Bom dia! Vai querer alguma coisa pra comer?
Phe estava abraçado com a Lala, não que eu nunca tivesse os visto assim, mas ainda era algo bonito de se ver.
-Não obrigada, não costumo comer muito de manhã.
Eu sorri. E me encostei na lateral do carro junto com a Jamille e o Colírio. Ele me cutucou com o cotovelo e sussurrou.
-E aí, já descobriu qual é a daquele menino?
-O nome dele é Lucas, ele...
Ela me interrompeu.
-Ele é a sua nova paixonite?
Ela começou a rir, não tinha graça. Não tinha graça nenhuma aquilo, aliás, todas as vezes que as "paixonites" aconteciam, quem perdia era eu. Eu a encarei.
-Não, acho que ele tem um passado problemático demais para mim.
-Qual é? Passado mais problemático que o seu não existe. Você foi fichada, nada supera isso.
A última parte ela falou meio alto. Não que a lista de pessoas que não sabiam dessa pequena parte da minha vida fosse muito grande, mas a maioria estava presente. Como a Lala o Phe a Pammy e o Colírio. O resto fazia parte da lista que sabia dessa parte obscura do meu passado. Como era de se esperar, eles começaram a fazer perguntas.
-Mas como assim,fichada?
-O que foi que você fez?
-Eu sempre achei que seu irmão seria o primeiro a ser envolvido com a polícia.
-Durona em! Aposto que foi barra pesada.
Eu tive que explicar para eles que foi tudo um mal entendido.
-Ah claro, criminosos sempre falam isso.
-Não gente, não é bem assim. Foi realmente um mal entendido, eu estava com uns amigos e eles estavam "aprontando", eles saíram correndo e me deixaram para trás.
Bom, as pessoas que eu não havia contado não precisavam saber que eu estava gostando do cara que estava no meio disso, nem que eu tentei fugir também.
-Tá, mas e aí. Estamos na praia o que fazemos agora?
O "Estamos na praia" que o Phe disse me lembrou de uma pergunta que eu queria fazer para o Lucas, ela teria que ser deixada para mais tarde.
-Sinto lhe informar, mas essa aqui é a praia errada. A gente tem muito chão pela frente.
Eles abaicharam a cabeça. Possivelmente lembrando do que aconteceu ontem.
-Qual o plano então?
Iara estava de pé, junto com a Pammy e a Talita.
-Quanto temos de gasolina?
-Meia garrafa.
Lala me respondeu.
-Mantimentos?
-Dois dias se o Phe não acabar com tudo.
A Talita estava rindo como o resto de nós, tirando o Phe é claro.
-Alguma coisa que a gente precise? Com urgência?
-Além de um carro, poquê eu não aguento mais viajar apertada. um banheiro seria ótimo.
-Concordo.
-Eu também.
-Cara, vocês passaram uma noite no carro e já estão reclamando? Eu passei dois dias inteiros na estrada num celtinha com cinco pessoas, uma delas era o meu primo de dez anos que além de não parar de cantar músicas religiosas e de ter uma voz irritante, ficava arranjando briga de cinco em cinco minutos com o meu irmão.
Eles ficaram quietos  por um momento. Depois alguém berrou. Eu me virei e átras de nós, não muito lonje para a minha surpresa, estavam uns cinco zumbis. ensanguentados e todos esfarrapados. Não que virar um zumbi fosse fácil, mas ainda assim estavam esfarrapados. Sem pensar o Phe sacou a arma. Eu entrei na frente.
-Tá maluco? Sabe o barulho que essa coisa faz? Só vai atrair mais deles para cá.
- E o que a gente faz, entrar num combate corporal?
-Não seria má idéia. Lala, você não estava fazendo um curso de defesa da mulher ou algo assim?
-Defesa pessoal.
-Tanto faz, e você Phe? Não estava lutando alguma coisa na academia?
-Sim, mas...
-Bom, eu não enfrentei brigas com o meu irmão á toa todos esses anos.
-De qualquer jeito, eles estão em cinco e vocês em três, o que planejam, ser mordidos?
-Não, alguém aí tem alguma arma útil que não faça muito barulho?
Pammy tirou do banco traseiro um cano. Perfeito.
-Mais alguém?
Lucas estava com uma barra de ferro na mão, de onde ele tirou aquilo?
-Colírio?
-Sinto que não vou poder participar agora.
Ele riu. Eu não achei graça. De qualquer jeito partimos para a luta. Não. Nós não saímos correndo gritando "Banzai" ou "Iáaa" como nos filmes, aliás, porque eles fazem isso? Nós fomos dando passadas rápidas de encontro com eles. Trinta e oito passos rápidos na areia fofa.
O Lucas estava na frente, estava tomando impulso com a barra antes de acertar na cabeça de um zumbi.
-Isso aqui vai ser fácil.

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