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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Narração- Larissa Beulke

* 2 meses antes do apocalipse zumbi* ( Parte Final)
-Então a senhorita sabe que, pelo motivo aqui tratado teremos que remover a sua licença para fazer cirurgias experimentais e reprová-la na matéria, voltando-a para o primeiro semestre da faculdade.
-Eu entendo e aceito as condições.
-Senhorita Beulke, você deve saber que isso acarreta todos os males possíveis para você, e muitas consequências viram com a sua decisão. Os pais do garoto querem abrir um processo contra você, a condição para que eles não abram é a sua total expulsão da faculdade. Então você tem duas opções, desistir da faculdade e tentar outro vestibular no ano que vem, ou acarretar as consequências e aceitar o processo, voltando a cursar a faculdade de onde parou, tendo que fazer um trabalho como reposição da nota.
-Eu...
O que eu deveria dizer? Que aceito levar um processo com apenas 19 anos de idade? Ou que desisto do meu grande sonho de me formar na faculdade? As paredes claras da pequena sala da diretora geral da minha faculdade se fechavam contra mim. Eu não tinha escolha, não agora, abalada, chocada e confusa.
-Eu preciso pensar... Te trago uma resposta na segunda feira.
-Eu entendo a sua situação, querida. Para todos nós o primeiro erro sempre vem.
Ela pegou minha tremula mão que repousava em cima da sua mesa de mármore.
-Eu sinto tanto por você querida, sinto que isso tenha lhe ocorrido com tanta pouca idade. Pense muito bem em sua decisão, volta quando tiver certeza está bem?
-Sim senhora.
E então eu saí da sala, peguei o metrô que me deixava á poucos quarteirões de casa e considerei as opções. Quando cheguei expliquei tudo aos meus pais.
-Filha, você não pode desistir da sua faculdade, você trabalhou tanto pra isso!
-Eu sei pai mas...
-E vamos te ajudar com o que for preciso se aquela família seguir com aquela ideia.
-Sim, mas eu não tenho certeza sobre o que fazer. Eu vou tomar um banho, dormir um pouco e amanha eu falo sobre isso.
Foi uma noite cheia de pesadelos, o corpo do menino tremendo e depois totalmente parado, o rosto pálido da diretora, as enfermeiras incompetentes que me deixaram sozinha. Quando eu acordei já havia tomado minha decisão, eu não ia desistir. Não ia mesmo.
* 5 semanas depois *
-Eu marco um recesso para daqui á duas horas.
A juíza bateu o martelo e adiou o resto da "reunião" para podermos pensar. A família tinha toda a razão, eu fui a culpada pela morte do filho deles, não havia dinheiro ou qualquer outra coisa que pudesse trazê-lo á vida. Eu estava andando pelos corredores da corte onde o julgamento estava acontecendo quando ouvi vozes vindo de uma pequena sala.
-Poisé, a metidinha daquela doutorazinha não sabe o que vem por aí.
Uma risada.
-Ela nem imagina que aquilo tudo era uma cirurgia falsa, com um corpo falso e uma família falsa.
Outra risada.
-E esse processo que ela tá levando vai deixar ela bem longe da faculdade,  aquela enxerida!
Deus! Como assim! Eu fiquei em choque, ouvi minha mãe eu meu pai me chamando, andei até eles.
-Filha, o que você vai fazer?
-Não esquenta mãe, mentirosos são descobertos muito facilmente nas mãos de alguém sem culpa.
Eu tinha um plano, só tinha que falar com a minha advogada. Assim que expliquei para Letícia Mendes o que havia acontecido ela quase pulou de alegria.
-Bem, então o seu caso é muito fácil. Se elas estavam comentando sobre isso aqui, e agora, quer dizer que não conseguem guardar um segredo por muito tempo. A juíza voltou e reiniciou o caso, minha advogada não me explicou o que fazer, disse que tinha tudo em mãos.
-Eu chamo, a  clínica geral responsável no dia, Candice Camargo, para depor.
Primeiro ela ficou surpresa, depois ajeitou os óculos e jogou o longo cabelo ruivo para trás. Andou até o lugar e jurou falar somente a verdade perante os júris.
-Então doutora, é verdade que era você a responsável pelo local?
-Sim.
-E então, de acordo com as testemunhas você saiu da sala em meio a cirurgia?
-Sim, estávamos em falta de um remédio na sala e precisávamos urgentemente.
-Obrigada e sem mais perguntas meritíssima.
O advogado da familia fez algumas perguntas irrelevantes para ela e depois a dispensou. Logo após isso eles me chamaram para depor, foi um choque, eu admito. Não achei que eles iriam querer ouvir o que eu tinha pra dizer.
-Sieglinder Larissa Beulke, você jura dizer a verdade, apenas a verdade e somente a verdade perante o júri?
-Eu juro.
-Prossiga.
-Bom, senhorita, Larissa, o que aconteceu no dia em questão?
-Estávamos todos na sala, eu, Candice e mais duas enfermeiras.
Eu as apontei no meio da multidão, elas não reagiram.
-Então a cirurgia começou a dar errado, não havia adrenalina na sala e Candice saiu seguida pelas enfermeiras, me deixando sozinha com a criança. Eu achei um frasco do remédio na prateleira e de acordo com as anotações das enfermeiras apliquei o remédio, o corpo do menino entrou em colapso e depois o coração dele parou de bater. Candice e as enfermeiras voltaram e me culparam pela morte do garoto, designando a mim a tarefa de contar aos pais a notícia. Foi isso.
-Sim, sem mais perguntas meritíssimo.
A minha advogada me parabenizou pela calma com que eu falei, e depois chamou a enfermaira Beatrice Klain para depor. Ela ficou tão branca e tão nervosa que quase não conseguiu balbucear um sim perante o julgamento. A parte seguinte foi tão rápida que eu não consegui distinguir as perguntas da advogada, ela apenas ia falando e enquanto ela falava a enfermeira ficava mais nervosa e  então ela falou.
-Não! Não foi isso que aconteceu! Era tudo uma farsa, ainda é! O corpo era falso, a operação falsa e a família não é nem de verdade! A gente só queria tirar essa enxerida do caminho, ela viu o que não devia e então tinha que ser punida. Pronto! Chega de mentiras!
A juíza ficou surpresa.
-Bom, então eu dou o ganho de causa para Sieglinder Talita Beulke, eu a declaro inocente.
Comemoramos, é claro, dois dias depois eu ainda não havia voltado para a faculdade. Estava pensando em desistir, porque não seria a primeira vez que eu veria algo estranho como a Loura de óculos interrompendo a nossa aula, e essa com certeza não era a pior coisa que eles poderiam fazer. nas semanas seguintes um amigo de infância do Phe foi preso, colocaram uma enorme matéria sobre isso nos jornais, falaram disso por semanas. O jovem brilhante que enlouqueceu. Não imaginávamos que ele havia ficado tão louco á ponto de sequestrar a minha irmã.
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Cara, eu me senti na obrigação de responder ao comentário da Mari porque ela foi muito fofa e eu to falando sério. Muito obrigada mesmo linda *-*
( Pra Tatz não ficar com ciúme : Se você não postar eu vou entrar em greve u-u hahahahaah )

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